Quem sou eu

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Sou baixista, produtor musical e roqueiro incondicional. A culpa disto pode ser dividida entre o Rock in Rio I e meus pais, que me deixaram assistir ao Queen, Whitesnake, Ozzy e AC/DC até a madrugada e ainda toleraram minhas primeiras bandas ensaiando dentro de casa. Este Blog n’ Roll é um espaco para registrar um pouco deste assunto que ocupa a maior parte da minha vida desde aquele momento em 1985. Neste meio tempo dividi o palco com todas as bandas que se destacaram no pop rock mineiro, montei a minha propria - Johnnie Bravo, que lancou 2 CDs (quando isso ainda era algo dificil), teve clips na MTV e se apresentou em grandes festivais , depois cursei o programa BIT no Musicians Institute de Los Angeles. Continuo tocando meu baixo em diferentes projetos e gravando no meu estudio - PACIFIC AUDIO - BH

terça-feira, 15 de maio de 2012

STEVEN TYLER DECEPCIONA FÃS E MÚSICOS NA MANSÃO PLAYBOY




                                    Na companhia das coelhinhas Tyler até tentou ser simpático...  

O vocalista do Aerosmith Steven Tyler foi a atração principal de mais uma edição do Rock and Roll Fantasy Camp, realizado em Novembro em Los Angeles. Como o próprio nome ja diz – o programa é a possibilidade de realizar a fantasia de todo músico e fã de rock - nao só conhecer, mas conviver, ensaiar e tocar com seus ídolos. Durante três dias, os participantes formam suas bandas, orientados por seus instrutores - músicos do calibre de  Billy Sheehan (Mr Big), Vinnie Appice (Black Sabbath, Dio), Rudy Sarzo (Whitesnake, Ozzy) entre outros,  para se apresentar em uma festa na legendária Mansão Playboy, ao lado de um grande nome do rock. As edições passadas já trouxeram Roger Daughtrey, Sammy Hagar e Paul Stanley (da qual fui o primeiro brasileiro a participar, sem dúvida uma das melhores experiências da minha vida.) Desta vez a atração principal era ninguém menos que Steven Tyler - The Demmon of Screaming ou, mais precisamente, aquela diva jurada do American Idol...

Segundo o site da Rolling Stone norte-americana, Tyler proporcionou momentos inesquecíveis para os presentes na sua primeira visita a mansão. (segundo o próprio,  ele estava sempre muito drogado ou muito ocupado para conhecer o local). Não sei se o autor da matéria estava presente na festa, mas a descrição mais exata do ocorrido está nos comentários abaixo.

http://www.rollingstone.com/music/news/steven-tyler-makes-first-ever-visit-to-the-playboy-mansion-20120506


                                          Se você não fosse coelhinha essa era a distancia permitida....

Percebi algo de errado quando fomos informados que Steven nao compareceria aos ensaios e nao faria fotos individuais, ja desrespeitando o anunciado na programacao.

A tensão era evidente entre os participantes, instrutores e organizadores. Depois do atraso e, já com a primeira das treze bandas esperando no palco para tocar Train kept a Rollin’(cada banda ensaiou uma música do Aerosmith na qual Steven deveria subir ao palco e cantar, comforme anunciado), uma visivelmente constrangida hostess vai ao microfone e informa que Tyler "A Diva" ja se encontra na platéia e pede a todos que aplaudam o grande esforço que ele está fazendo para estar presente no evento (o qual ele concordou em participar a meses atrás e recebeu muito bem por isso...) depois de passar o dia gravando o novo videoclipe do Aerosmith. Ladeado por duas belas modelos e cercado por seguranças ele me sai com esta " O negócio é o seguinte -  eu vou julgar a banda que tocar melhor, o ganhador vai dar uma volta no meu carro ouvindo o novo disco do Aerosmith" Hello Mr. Tyler!!! Você nao está no American Idol! Isto não é uma competição! Estas pessoas pagaram caro para tocar com você! Convidaram parentes e amigos, viajaram de toda a parte dos Estados Unidos e do mundo. Para muitos, foi a economia de muito tempo para realizar um sonho. Sua participação se limitou a algumas intervenções da platéia, enquanto seus seguranças afastavam agressivamente qualquer um que quisesse tirar uma foto, a nao ser que você tivesse um belo par de peitos...Nao era meu caso, e nem de um senhor, baterista de uma das bandas, que só queria mostra ao Steven um video de celular com sua filhinha de cinco anos cantando Toys in the Attic. Ou de uma moça de cadeira de rodas que pagou o convite para ela e toda sua familia com a promessa de conhecer e tirar fotos com ele. Nem precisa falar que ninguém teve o privilégio de ouvir o novo do Aerosmith no carrão do Steven...

                                         Hey Tyler! Não precisei ser jurado do American Idol para ter a mnha foto...

Eu era apenas convidado desta festa, mas participei de toda a edição com Paul Stanley, novembro passado e tive uma experiência fantástica. Pelo que conheci dos organizadores, eles parecerem ser pessoas corretas, mas sinto pelos amigos que fiz e que resolveram repetir a experiência, assim como os que participaram pela primeira vez e se decepcionaram. Recebi pessoalmente e por internet pedidos de desculpas de alguns dos instrutores, estes sim verdadeiros músicos e rockstars. Como fã inconficional do Aerosmith, ja tendo assistido mais de de dez fantásticas apresentações no Brasil e no mundo, acho dificil acreditar que um dos meus ídolos, que me inspirou com suas musicas, letras, performances e história de vida possa ter feito este papelão...


Hey Mr. Tyler, goin' down???

segunda-feira, 16 de abril de 2012

BLOG N' ROLL: ROCK NEVER STOPS

BLOG N' ROLL: ROCK NEVER STOPS: Mais do que tendência passageira, o revival do rock dos anos 80 já se prolonga por algum tempo e continua rendendo frutos. Os exemplos são...

ROCK NEVER STOPS


Mais do que tendência passageira, o revival do rock dos anos 80 já se prolonga por algum tempo e continua rendendo frutos. Os exemplos são muitos: A superprodução hollywoodiana Rock of Ages, estrelada por Tom Cruise e Catherine Zeta-Jones, baseada em um dos musicais de maior sucesso da Broadway, tem como cenário a Sunset Strip do inicio dos anos 80 em meio à cena Glam Rock . O Van Halen lidera a lista das tournês financeiramente mais bem sucedidas do ano. Motley Crue e KISS dividirão os palcos pela primeira vez neste verão norte-americano em um show que promete bater recordes de público.

O estilo, que foi praticamente banido do meio musical pelo grunge na década de 90, acabou se provando bem mais duradouro do que seus sucessores. As viúvas de Kurt Cobain que me perdoem, mas a postura do artista revoltado contra o sistema, que não se preocupa com produção cênica, visual e nem ao menos em aprender a tocar, pode ter sido um sopro de criatividade em um momento no qual mal se conseguia diferenciar as bandas em meio a tanto laquê no cabelo, super-produção e solos de guitarra intermináveis (confesso que ao assistir os clips do Poison e do Vixen ficava dificil distinguir qual era banda formada pelas meninas ou pelos caras...) O problema é que, no processo de renovação, os grunges esqueceram o apelo principal do rock – “It’s about the FUN!” Ninguém vai a um show para ver uns caras com visual de entregador de pizza,  chorando em suas letras como a vida é sem sentido e o mundo injusto e sem perspectiva.  As pessoas vão a shows de rock para se divertir e esquecer seus problemas. Queremos verdadeiros rockstars! O mais perto possível de super–herois que meros mortais podem chegar a ser. O KISS soube levar este conceito ao extremo, de forma genial. Eu tive a oportunidade de conversar com Paul Stanley e uma opinião dele me marcou – o artista no palco tem que se posicionar como um lutador em frente ao seu oponente. Você não entra em uma luta ou encara seu público sem esta atitude. Basta ver como se comportam em suas performances os maiores frontmen da história do rock, sejam eles Jagger, Tyler, Plant, David Lee Roth, Axl e, claro... Paul Stanley.

Com raras exessões, principalmente entre as bandas escandinavas, o rock atual se perdeu em meio a uma postura blasé e um pseudo-intelectualismo.  O chamado indie rock é uma trilha sonora mais adequada para tipos como Sheldon Cooper e seus amigos nerds da serie Big Bang Theory. Enquanto isso, o Hip-Hop soube se apropriar deste vácuo e dar ao público o que ele quer – mega-produções, glamour e videoclipes com carrões e belas mulheres. Fútil? Machista? Sim, mas nada é mais divertido...não é a toa que os rappers reinam absolutos entre os artistas mais vendidos e executados em rádio atualmente.

E o bom e velho Hard Rock clássico? Vai muito bem, obrigado. Livres da obrigação de vender milhões e se prender a modismos, as bandas veteranas continuam lançando ótimos trabalhos novos, inclusive de forma independente e fazendo tournês bem sucedidas por todo o mundo. Graças aos antigos  fãs, hoje  já na faixa dos quarenta anos – empresários e profissionais liberais bem estabelecidos -  que não se importam em investir tempo e dinheiro para acompanhar seus velhos ídolos.



  
Resgatando um pouco deste tempo, acontecerá em Junho a primeira edição da festa ROCK NEVER STOPS, que  promete movimentar BH com o melhor do Hard Rock dos anos 70, 80 e 90, em uma noite de diversão, drinks e muito rock, com bandas, DJs e, se apresentando pela primeira vez na cidade, KIP WINGER.  Vocalista da multi-platinada banda que leva seu nome, ele também foi baixista de Alice Cooper e traz ao Brasil o show que reviverá os tempos do álbum acústico "Down Incognito"(1998). O repertório contará com os grandes clássicos do Winger, como "Miles Away", "Rainbow In The Rose", "Down Incognito", "Headed For A Heartbreak", "Blind Revolution Mad", e músicas de sua carreira solo, dos álbuns "This Conversation Seems Like a Dream" (1997), "Songs From The Ocean Floor" (2000), "From The Moon To The Sun" (2008).

Logo após o show de Kip Winger, se apresenta a HOLLYWOOD ROCK BAND, formada especialmente para o evento, pelos conhecidos musicos da cena rock mineira -  Augusto Nogueira (Scarcéus), Rogerio Delayon, Cris Simões, Flavio “Jagger” Simões, Teófilo Ferreira e convidados. A banda tocará os maiores hits dos grandes nomes do Hard Rock, como Whitesnake, Bon Jovi, KISS, Van Halen e AC/DC.



ROCK NEVER STOPS PARTY

Data: 1º de Junho de 2012 (Sexta-feira)
Horários: Portas 22h / Show Kip Winger 22:30h e outros a partir das 00h
Local: Studio Bar (
www.studiobar.com.br )
Endereço:
Rua Guajajaras , 842, Centro – Belo Horizonte/MG

Telefone: (31) 3047-1020




segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

ROCK N ROLL FANTASY CAMP


 A aparência do Amp Studios em Los Angeles é de um verdadeiro bunker de guerra, mas o som ensurdecedor vem das mais de vinte salas de ensaio que integram o espaco. Entro em uma delas. Logo que plugo meu baixo, Vinnie Appice chega ao studio e me pergunta:  “Primeira vez no Rock Camp? Minha também. Você sabe tocar Mob Rules?” - já tomando seu lugar na bateria. Depois de alguns minutos Billy Sheehan  aparece e comecamos uma jam de Smoke on Water. Esse é o clima desta mistura de workshop e campo de ferias para roqueiros de todas as idades e níveis musicais. Quem ja viu o episódio dos Simpsons em que Homer aprende como ser um rockstar com os Rolling Stones tem uma vaga ideia do que estou falando.
                                                Minha jam com Vinnie Apice
      O evento vem se realizando há dezesseis anos. A cada edição os participantes formam suas bandas, ensaiam com a ajuda do seu "personal rockstar" e se apresentam numa grande festa para o público - formado por convidados, vips e groupies em geral. Entre os instrutores estavam, alem dos citados Apice e Sheehan - Kip Winger, Lita Ford, Rudy Sarzo, Howard Leese, Bruce Kulick , Teddy Andreadis e Phill Sousan. O nosso era Chris Slade, baterista do AC/DC durante os anos 90, uma das melhores fases da banda, quando gravaram Razor's Edge e Live at Donington. Além de ser um cara extremamente simpático, ele mantem o mesmo pique dos tempos de Thunderstruck e Moneytalks, seja espancando a bateria ou regendo a banda como um maestro insano. “FANTASTIC !” Ele exclama cada vez que a banda acerta uma musica . Foi emocionante tocar The Ocean do Led Zeppelin com ele, fazendo a mesma introducao e tocando com a mesma pegada do seu amigo John Bonham. (nos anos 80 ele tambem tocou com Jimmy Page e Paul Rodgers no The Firm).
                         Eu, Cris e Mark com Chris Slade em um intervalo de ensaio

 Os participantes formam um grupo bastante heterogêneo - desde empresários e médicos de meia idade - fanáticos por rock, mas com pouca intimidade com seus instrumentos, até músicos profissionais que nao ficam devendo em nada para seus instrutores em virtuosismo. (Eu, meu irmão Cris e nosso amigo Mark fomos os primeiros brasileiros a participar).

                                        Nossa banda - Brazilian Wax e Chris Slade

  A expectativa era grande nesta edição. Além do convidado especial (ninguém menos que Paul Stanley), que tocaria uma musica com cada banda, era a primeira vez que a festa era realizada na lengendaria Mansão Playboy, com a presenca de Hugh Heffner e suas coelhinhas.
                                  Mark Hudson, Howard Leese (Heart, Bad Company) eu e Cris 

             Os três dias de ensaio sao em si, uma festa. O rock não para, das dez da manhã até altas horas da noite. Todos fazem as refeições juntos, rindo de histórias como as do produtor Mark Hudson, que tem no seu currículo Ringo Star e Ozzy Osbourne, além de ser autor de Living on the Edge do Aerosmith. Uma figura, com sua barba colorida e suas imitações de Ozzy e Steven Tyler. Tudo, é claro, com direito a open bar, porquê,  como disse um dos nossos colegas – “Isso aqui é o Campo do Rock, não dos colecionadores de selo!”
                                                Nils Lofgren (Bruce Springsteen)

       Cada banda tem pouco mais de dez minutos para se apresentar, entao a ideia é criar um set enxuto, sem tempo para a platéia respirar. Sob a supervisão de Slade, resolvemos tocar a intro de We Will Rock You, seguida de Born to be Wild, Honky Tonk Woman (eu no vocal) e Here I Go Again do Whitesnake. Esse seria o set que tivemos que repetir infinitamente nos dois dias seguintes. Para quebrar a monotonia há convidados surpresa, como Nils Lofgen, guitarrista da E Street Band, que acompanha Bruce Springsteen há mais de trinta anos. Nils também tocou com Neil Young e é um  vituose em varios instrumentos. Ele chega no estudio, cumprimenta a todos, pluga sua fender telecaster e faz um solo espetacular em Honky Tonk Woman. Ele conta que Keith Richards é um dos seus ídolos e está para ele como Chuck Berry para o próprio Keith.
                                             Phil Soussan (Ozzy), eu e Billy Sheehan
          Durante o almoço  Jerry Shirley, legendário baterista do Humble Pie, chega para falar do seu livro- “Best Seat in the House” (ótimo título para a biografia de um baterista) e contar casos dos tempos em que tocava com Steve Marriot e Peter Frampton. À tarde você podia escolher entre uma das várias Master Classes - como “Song Writing” com Mark Hudson ou “Blues Piano” com o ex–tecladista do Guns n Roses Teddy “Zig Zag” Andreadis. Optei por “Frases de Baixo “com Billy Sheehan e Phil Soussan -  baixista de Ozzy na fase  Ultimate Sin e autor de Shot in the Dark - uma das minhas músicas preferidas do “príncipe das trevas"
                                                 Vinnie Appice e Rudy Sarzo
                                               Eu, entre Phil Soussan e Rudy Sarzo
     
            A noite a jam é livre. Assisto um pouco a Rudy Sarzo e Vinnie Apice mandando ver em Raibow in the Dark e Holy Diver, como na época em que formavam a sessão ritmica do Dio, logo depois me junto a turma de Bruce Kulick pra tocar uma sequência de clássicos do KISS.
                                                    Ensaio com Paul Stanley
     No segundo dia, chega o aguardado momento do ensaio com Paul Stanley. O protocolo é quase de uma visita de chefe de estado. Os roadies entram, preparam seu amplificador e guitarra, logo depois chega a equipe de video. Fomos informados que ele nao iria cantar, pois está se recuperando de uma cirurgia na garganta e que teriamos pouco tempo para um breve bate-papo, ensaio e fotos. Mesmo sem maquiagem e com roupas (um pouco) mais discretas ,Paul é uma presenca marcante. Cumprimenta cada um e apresenta seu fiel escudeiro, o atual baterista do KISS - Eric Singer (quase nao o reconheci de boné e bem mais baixinho do que parece nos videos). Paul o cobre de elogios diz que o trouxe para intimidar nosso baterista. Ele relembra com Chris Slade quando o KISS tocou em 1972 juntamente com sua antiga banda Manfred Mann’s Earth Band ( "O KISS era a banda de abertura!" -  conta Chris com um sorriso sarcástico. Obviamente, depois que Paul foi embora...).

     Finalmente ele pergunta o que a gente iria tocar. Parecia que ele nao estava muito afim de tocar KISS, logo sugeri Honky Tonk Woman. ( nao pediria pra Paul tocar nada que nao fosse tão ou mais clássico do que KISS). “Acho que já ouvi essa” - ele responde, para a diversão geral. Confesso que é bem intimidante tocar e cantar com Paul te encarando a meio metro de distância, mas sobrevivi. Ele se perdeu na progressão de acordes e fez feio ao tentar tocar o riff final da musica, mas ele é Paul Stanley... Deu alguns toques legais sobre presenca de palco, autografou meu vinil de Dinasty e se mandou com sua entourage. Durante o almoco Paul estava mais acessivel, circulando e conversando com todos. Ele deu certeza que o KISS volta ao Brasil na tournê do novo disco, que já está gravado.
                                                         Eu, Cris e Eric Singer
                                                                               
                                                      As coelhinhas nao poderiam faltar...
  Daria pra escrever alguns capítulos de um romance rock and  roll sobre o que é tocar numa festa na Mansão Playboy. Mas como este blog é sobre música, dá pra resumir da seguinte forma: me senti num clip do Motley Crue nos anos 80, com todos os clichês do Glam Rock que minha geração cresceu adorando. É surreal tocar vendo um bando de coelhinhas semi-nuas cantando o refrão de Here I go Again, olhar pra trás e dar de cara com Paul Stanley no mesmo palco e um punhado de rockstars que você admira curtindo o som na plateia. Saio direto pro camarim depois dos dez minutos mais rápidos da minha vida e dou de cara com Billy Sheehan: “ Good job!” -  ele me fala, dando um tapinha em minhas costas. “É, vai ser difícil voltar à realidade...”penso
                                                                No palco com Paul Stanley
                                                              Eu e Lita Ford
       O último dia tem aquele clima bitter-sweet de despedidas. Vamos todos ao show-room da Gibson para um brunch e show acústico (a partir do meio dia, claro. A ressaca nao permitiria nada mais cedo.) A confraternização no palco é total - tem canja de um dos Beach Boys, Kip Winger e Howard Leese tocando Bad Company, Lita Ford cantando Kiss me Deadly, Mark Hudson e Teddy Andreadis tocando soul music... Beth, a coordenadora do Rock Camp se emociona quando dedicamos a balada do KISS a ela. Para o grand finale, Kip pergunta se a gente sabia tocar Don't Stop Believin’ do Journey. Meu irmão comeca a introdução no piano e todos se juntam ao coro. Me senti naquele momento de final de filme dos anos 80, quando tudo acaba bem e os créditos comecam a passar na tela.

Mr. Paul Stanley 


          Depois da troca de e-mails e facebooks voltamos ao hotel. Subo o elevador com a Lita Ford e comento que estou indo ao show do Richie Kotzen naquela noite. Na mesma hora ela pega o celular e fala: “Richie, é a Lita, estou com uns amigos brasileiros que querem ir ao seu show hoje a  noite, você pode colocar o nome deles na lista de convidados? ” Assim, acabamos indo ao show no Avalon como VIPS, hehe.
No final, não havia distância entre aqueles rockstars dos clips superproduzidos e nós, meros mortais. Ficam as  lembranças, como tomar cerveja com Chris Slade, ouvindo historias do AC/DC, tentar tocar Live and Let Die com o Kip Winger sem saber qual de nós estava mais perdido, ficar na fila do buffet atras do Paul Stanley... Eramos só um bando de músicos roqueiros tocando e trocando histórias com nossos pares, uma experiência única!